quarta-feira, 6 de março de 2013

TNC e Cargill lançam projeto Cacau Mais Sustentável em São Félix do Xingu

Uma doce forma de proteger o meio ambiente e gerar renda para pequenos produtores na Amazônia

Projeto promoverá a recuperação de áreas degradadas no Estado

A organização ambiental The Nature Conservancy (TNC), a empresa Cargill, o Ministério da Agricultura (por meio da Comissão Executiva do Plano da Lavoura Cacaueira – CEPLAC) e a Cooperativa Alternativa de Pequenos Produtores Rurais e Urbanos de São Félix do Xingu (CAPPRU) lançaram, neste sábado (02/03), o projeto Cacau Mais Sustentável, em São Félix do Xingu, no sudeste do Pará.

O projeto Cacau Mais Sustentável, que tem o apoio da Prefeitura Municipal de São Félix do Xingu e da Associação para o Desenvolvimento da Agricultura Familiar do Alto Xingu (Adafax), tem como objetivo promover a produção do cacau como atividade de apoio aos processos de regularização ambiental de imóveis rurais na microrregião de São Félix do Xingu, no Pará. O projeto contém ações que incentivarão a recuperação de áreas degradadas de forma economicamente rentável, estimulando assim o cumprimento da legislação ambiental pelos pequenos produtores. A meta inicial é trabalhar, diretamente, com 100 produtores, na implementação de até mil novos hectares da cultura do cacau.

De acordo com Carlos Valério Gomes, gerente do projeto Cacau Mais Sustentável pela TNC, a iniciativa criará uma alternativa ao pequeno produtor, para que ele faça a adequação de sua propriedade sem deixar de aproveitar o potencial econômico de suas terras, em uma região que reúne boas condições para a expansão do cacau. “O cacau será plantado em áreas degradadas e permitirá ao pequeno produtor aliar a melhoria de renda à regularização e adequação ambiental do seu imóvel rural”, ele afirma.

Para a Cargill, o projeto é de extrema importância para o desenvolvimento da produção cacaueira no Pará porque contempla ações de incentivo à recuperação de áreas degradadas de forma economicamente rentável e estimula o cumprimento da legislação ambiental pelos pequenos produtores. “Nós estamos confiantes que o projeto será bem-sucedido, tanto da perspectiva econômica quanto ambiental. O potencial oferecido pelo cacau no estado do Pará é muito grande”, afirma Rodrigo Melo, gerente de originação de cacau da Cargill.

Segundo a CEPLAC, o alto potencial da região para o cultivo de cacau se deve, entre outros fatores, à riqueza dos solos nesta área. Os especialistas avaliam ainda que a região dispõe de recursos naturais adequados à integração entre florestas e cultivos agrícolas e, por isso, oferece boas condições para o aproveitamento de terras degradadas.

Crescimento e conservação

A CEPLAC, órgão do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, apoiará a iniciativa com a instalação de duas unidades de referência tecnológicas, além do fornecimento de conhecimento técnico e das sementes para o plantio.

Já a CAPPRU vai contribuir com mobilização e informação dos produtores de cacau. A cooperativa também terá o papel de integrar o conhecimento tradicional do produtor com a assessoria científica trazida por Ceplac, TNC e Cargill.

Até julho deste ano, serão realizadas as análises de solo para determinar as melhores áreas para o cultivo. “A partir disto, serão distribuídas as sementes para criação de mudas, o sombreamento com bananeiras e outras essências florestais”, explica Carlos Valério Gomes. O plantio terá início em 2014.

A iniciativa faz parte de um conjunto de ações da TNC para estimular uma economia mais sustentável em São Félix do Xingu, uma das fronteiras agrícolas mais aceleradas da Amazônia. Além de produtores rurais, a TNC trabalha com povos indígenas, governos locais e sindicatos da região, para garantir que a comunidade possa buscar avanços econômicos sem danos ao meio ambiente.

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