A organização ambiental The Nature Conservancy (TNC), a empresa
Cargill, o Ministério da Agricultura (por meio da Comissão Executiva do Plano da
Lavoura Cacaueira – CEPLAC) e a Cooperativa Alternativa de Pequenos Produtores
Rurais e Urbanos de São Félix do Xingu (CAPPRU) lançaram, neste sábado (02/03),
o projeto Cacau Mais Sustentável, em São Félix do Xingu, no sudeste do Pará.
O projeto Cacau Mais Sustentável, que tem o apoio da Prefeitura
Municipal de São Félix do Xingu e da Associação para o Desenvolvimento da
Agricultura Familiar do Alto Xingu (Adafax), tem como objetivo promover a
produção do cacau como atividade de apoio aos processos de regularização
ambiental de imóveis rurais na microrregião de São Félix do Xingu, no Pará. O
projeto contém ações que incentivarão a recuperação de áreas degradadas de
forma economicamente rentável, estimulando assim o cumprimento da legislação
ambiental pelos pequenos produtores. A meta inicial é trabalhar, diretamente,
com 100 produtores, na implementação de até mil novos hectares da cultura do
cacau.
De acordo com Carlos Valério Gomes, gerente do projeto Cacau
Mais Sustentável pela TNC, a iniciativa criará uma alternativa ao pequeno
produtor, para que ele faça a adequação de sua propriedade sem deixar de
aproveitar o potencial econômico de suas terras, em uma região que reúne boas
condições para a expansão do cacau. “O cacau será plantado em áreas degradadas e
permitirá ao pequeno produtor aliar a melhoria de renda à regularização e
adequação ambiental do seu imóvel rural”, ele afirma.
Para a Cargill, o projeto é de extrema importância para o
desenvolvimento da produção cacaueira no Pará porque contempla ações de
incentivo à recuperação de áreas degradadas de forma economicamente rentável e
estimula o cumprimento da legislação ambiental pelos pequenos produtores. “Nós
estamos confiantes que o projeto será bem-sucedido, tanto da perspectiva
econômica quanto ambiental. O potencial oferecido pelo cacau no estado do Pará
é muito grande”, afirma Rodrigo Melo, gerente de originação de cacau da
Cargill.
Segundo a CEPLAC, o alto potencial da região para o cultivo de
cacau se deve, entre outros fatores, à riqueza dos solos nesta área. Os
especialistas avaliam ainda que a região dispõe de recursos naturais adequados
à integração entre florestas e cultivos agrícolas e, por isso, oferece boas
condições para o aproveitamento de terras degradadas.
Crescimento e conservação
A CEPLAC, órgão do Ministério da Agricultura, Pecuária e
Abastecimento, apoiará a iniciativa com a instalação de duas unidades de
referência tecnológicas, além do fornecimento de conhecimento técnico e das
sementes para o plantio.
Já a CAPPRU vai contribuir com mobilização e informação dos
produtores de cacau. A cooperativa também terá o papel de integrar o
conhecimento tradicional do produtor com a assessoria científica trazida por
Ceplac, TNC e Cargill.
Até julho deste ano, serão realizadas as análises de solo para
determinar as melhores áreas para o cultivo. “A partir disto, serão
distribuídas as sementes para criação de mudas, o sombreamento com bananeiras e
outras essências florestais”, explica Carlos Valério Gomes. O plantio terá
início em 2014.
A iniciativa faz parte de um conjunto de ações da TNC para
estimular uma economia mais sustentável em São Félix do Xingu, uma das
fronteiras agrícolas mais aceleradas da Amazônia. Além de produtores rurais, a
TNC trabalha com povos indígenas, governos locais e sindicatos da região, para
garantir que a comunidade possa buscar avanços econômicos sem danos ao meio
ambiente.