Polícia abriu inquérito para investigar
extração ilegal de seixo e areia. Lavradores relataram prejuízos ambientais pela extração ilegal na região.
No início de fevereiro, uma
operação envolvendo órgãos ligados ao meio ambiente e peritos do Centro de
Perícias Científicas Renato Chaves, estiveram na Estrada do Tupinambá,
localidade de Furo Novo, comunidade do KM-06, em Ourém, nordeste do
Pará, para apurar uma denúncia de crime ambiental. A Polícia Civil abriu e
investiga a extração ilegal de seixo e areia na região.
A polícia já ouviu quatro
depoimentos sobre o caso. Em dois deles trabalhadores rurais assentados na
comunidade de Furo Novo, em Ourém, relataram os prejuízos ambientais causados
pela extração ilegal na região.
A denúncia partiu de um dos
lavradores, que foi até a Secretaria Municipal de Meio-Ambiente, em Ourém, e
contou ter visto uma coloração branca, no final de janeiro deste ano, quando
iria tomar banho no igarapé. Segundo ele, a água apresenta ainda cheiro e
manchas de óleo combustível.
Uma equipe da secretaria
foi ao local e constatou os fatos descritos. De acordo com o órgão, a situação
permaneceu por mais de 24 horas, trazendo prejuízo aos 500 moradores da
comunidade, que não puderam usufruir da água.
O lavrador soube que os
açudes foram formados pela extração de seixo, na área de uma seixeira instalada
na Estrada do Tupinambá, na Vila do Furo Novo. O outro assentado confirmou
também ter visto o igarapé Furo Novo com as águas poluídas, cheiro e manchas de
óleo. Ele relatou que os moradores da comunidade tiveram prejuízos, pois a água
do igarapé é usada para atender as necessidades da comunidade, como beber,
lavar, tomar banho e cozinhar.
Duas pessoas suspeitas de
envolvimento na extração ilegal de seixo e areia foram ouvidas e negaram
envolvimento no crime. Uma delas alega ter trabalhado, entre 2008 e 2011, para
o suposto responsável pela extração de produtos minerais da área. Segundo ele,
a extração de seixo e areia na área iniciou em junho de 2012.
O outro acusado, natural de
Colatina (ES), alega que desconhecia a ilegalidade da área. Ele conta que, em
julho do ano passado, conheceu o dono do negócio, no município de Ourém, pois
trabalha no ramo de compra e venda de seixo. Dessa forma, passou a negociar a
compra de seixo para venda. As investigações prosseguem para apurar as
responsabilidades pelo crime ambiental na região.
Fonte: G1 Pará
Meus comentários:
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É importante que
os atores locais (governo municipal e indústria do seixo) aproveitem este
momento que as instituições do governo estadual estão cumprindo seu papel de
fiscalização para pensar novas alternativas e caminhos para a exploração de
seixo em Ourém. Os empresários locais precisam se unir através de uma
organização para poderem conjuntamente pensar novos caminhos para o modelo predátorio atual. Trabalhar na
ilegalidade não é a saída. O governo municipal deve cumprir seu papel de
fiscalização também, e de ajudar os empresários da indústria do seixo a se
legalizarem. Este é um bom momento para a criação do Conselho Municipal de Meio
Ambiente onde os diversos interesses podem ser debatidos, diversas vozes ouvidas,
e novas alternativas encontradas através do dialogo – que seja pensado um “Pacto Municipal pela Exploração Responsável
de Seixo e Areia no Município”. O que hoje aparece como um problema, amanhã poderá aparecer como uma grande oportunidade para a geração de renda e sustentabilidade ambiental do municipio. Com isto todos ganham o e meio ambiente e a população
em geral agradece.
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