segunda-feira, 25 de fevereiro de 2013

Rio Guamá - subindo

Substância emocional nas tuas águas turvas de inverno,  o seu estilo reflete, pois, a geografia cordial que lhe resulta a imagem física do quadro avoengo, onde respira a índole de um povo a quem se vincula por tradição e origem. Apesar dos pesares, o rio ainda comanda a vida; salve o Rio Guamá. Clique na imagem para ampliá-la.

segunda-feira, 18 de fevereiro de 2013

Polícia investiga crime ambiental em Ourém, nordeste do Pará

Polícia abriu inquérito para investigar extração ilegal de seixo e areia. Lavradores relataram prejuízos ambientais pela extração ilegal na região.

No início de fevereiro, uma operação envolvendo órgãos ligados ao meio ambiente e peritos do Centro de Perícias Científicas Renato Chaves, estiveram na Estrada do Tupinambá, localidade de Furo Novo, comunidade do KM-06, em Ourém, nordeste do Pará, para apurar uma denúncia de crime ambiental. A Polícia Civil abriu e investiga a extração ilegal de seixo e areia na região.
 
A polícia já ouviu quatro depoimentos sobre o caso. Em dois deles trabalhadores rurais assentados na comunidade de Furo Novo, em Ourém, relataram os prejuízos ambientais causados pela extração ilegal na região.

A denúncia partiu de um dos lavradores, que foi até a Secretaria Municipal de Meio-Ambiente, em Ourém, e contou ter visto uma coloração branca, no final de janeiro deste ano, quando iria tomar banho no igarapé. Segundo ele, a água apresenta ainda cheiro e manchas de óleo combustível.

Uma equipe da secretaria foi ao local e constatou os fatos descritos. De acordo com o órgão, a situação permaneceu por mais de 24 horas, trazendo prejuízo aos 500 moradores da comunidade, que não puderam usufruir da água.

O lavrador soube que os açudes foram formados pela extração de seixo, na área de uma seixeira instalada na Estrada do Tupinambá, na Vila do Furo Novo. O outro assentado confirmou também ter visto o igarapé Furo Novo com as águas poluídas, cheiro e manchas de óleo. Ele relatou que os moradores da comunidade tiveram prejuízos, pois a água do igarapé é usada para atender as necessidades da comunidade, como beber, lavar, tomar banho e cozinhar.

Duas pessoas suspeitas de envolvimento na extração ilegal de seixo e areia foram ouvidas e negaram envolvimento no crime. Uma delas alega ter trabalhado, entre 2008 e 2011, para o suposto responsável pela extração de produtos minerais da área. Segundo ele, a extração de seixo e areia na área iniciou em junho de 2012.

O outro acusado, natural de Colatina (ES), alega que desconhecia a ilegalidade da área. Ele conta que, em julho do ano passado, conheceu o dono do negócio, no município de Ourém, pois trabalha no ramo de compra e venda de seixo. Dessa forma, passou a negociar a compra de seixo para venda. As investigações prosseguem para apurar as responsabilidades pelo crime ambiental na região.

Fonte: G1 Pará

Meus comentários:

É importante que os atores locais (governo municipal e indústria do seixo) aproveitem este momento que as instituições do governo estadual estão cumprindo seu papel de fiscalização para pensar novas alternativas e caminhos para a exploração de seixo em Ourém. Os empresários locais precisam se unir através de uma organização para poderem conjuntamente pensar novos caminhos para o modelo predátorio atual. Trabalhar na ilegalidade não é a saída. O governo municipal deve cumprir seu papel de fiscalização também, e de ajudar os empresários da indústria do seixo a se legalizarem. Este é um bom momento para a criação do Conselho Municipal de Meio Ambiente onde os diversos interesses podem ser debatidos, diversas vozes ouvidas, e novas alternativas encontradas através do dialogo – que seja pensado um “Pacto Municipal pela Exploração Responsável de Seixo e Areia no Município”. O que hoje aparece como um problema, amanhã poderá aparecer como uma grande oportunidade para a geração de renda e sustentabilidade ambiental do municipio. Com isto todos ganham o e meio ambiente e a população em geral agradece.
 

Oportunidade de Estágio - PMV





Oportunidade de se engajar em trabalhos sobre temas ambientais no estado!
 
O Programa Municípios Verdes (PMV) do Governo do Estado do Pará pretende contratar estagiários para apoiar ações do Programa. Estudantes do 2o ou 3o ano, preferencialmente cursando Eng. Ambiental /Florestal /Agronomia /Estatística / Geografia / Geólogo / ou cursos técnicos. O estagiário será contratado via IEL/FIEPA.

Os interessados devem encaminhar Curriculum Vitae (CV) para o email:
gabinete@municipiosverdes.com.br


Para mais informações sobre o Programa acessar
www.municipiosverdes.com.br.

domingo, 17 de fevereiro de 2013

REDE INOVAÇÃO NA POLÍTICA


E viva o novo, pois o novo sempre vem!
 
Estudantes, trabalhadores, empresários, lideranças políticas, acadêmicos e representantes de movimentos sociais e ambientais decidiram criar, durante encontro em Brasília (DF), um novo instrumento político para defender a sustentabilidade e aprofundar a democracia no Brasil. #rede, nome escolhido por aclamação pelos presentes, será uma alternativa aos partidos hoje existentes, que vivem exclusivamente da disputa do poder pelo poder.
 
Senador Eduardo Suplicy assina a primeira ficha de apoio ao registro da Rede Sustentabilidade, partido recém criado por Marina Silva. São necessárias 500mil assinaturas.
 
 
7 motivos para apoiar a #rede
+ Sustentabilidade
O Brasil que queremos é sustentável. A #REDE quer contribuir para que o Brasil adote um novo modelo de desenvolvimento, baseado na valorização de seu potencial econômico, de seu patrimônio ambiental e de sua diversidade sociocultural.
+Democracia
Fazer política com as pessoas e para o bem comum. A #REDE é um espaço de encontro de pessoas que querem pensar um projeto de país sustentável e democrático. Acreditamos que a participação política não se restringe ao voto e deve ser valorizada e ampliada no intervalo entre as eleições. Isso é democratizar a democracia.
+Diversidade
Somos ligados por princípios e permaneceremos unidos por eles, aprendendo a convergir nas diferenças, por meio do diálogo e da escuta ativa. Queremos que a #REDE seja um espaço de respeito e valorização das diferenças, um espaço acolhedor para pessoas de qualquer origem, sexo, raça, credo, cor ou idade.
+Colaboração
A superação dos problemas do Brasil depende de todos nós. Uma sociedade sustentável deve buscar atuar mais cooperativamente. Queremos que a #REDE seja um espaço de diálogo de diferentes setores da sociedade brasileira para pensar em como superá-los.
+Visibilidade
As informações de interesse público devem ser transparentes e visíveis. Acreditamos que o uso das ferramentas digitais facilitam a publicidade de dados que possam contribuir para o acompanhamento de políticas públicas por todos. A #REDE será um espaço de exercício e busca de mais transparência e visibilidade.
+ Causas comuns da política
Muitas pessoas se afastaram dos partidos políticos ou não se identificam com esta forma de organização. No entanto, existem em nossa sociedade diversos espaços para defender causas comuns, como os movimentos sociais, coletivos, ONGs e outras formas associativas. Reconhecemos a importância das pessoas que atuam nestes espaços também participarem da vida política institucional e queremos que a #REDE seja um instrumento para esta participação.
+Prazer em fazer política
Queremos contribuir para reaproximar as pessoas da política. Queremos nos reconectar com a razão de existir da política, que é a busca do bem comum. Para isso a #REDE será um espaço criativo, vivo, de sonhar e de agir para alcançar seus ideais.
Pelo site (clique aqui), os internautas podem baixar fichas para coleta de assinaturas.
São só 500 mil assinaturas... vamos lá gente!!!

sábado, 16 de fevereiro de 2013

Muito Além do Peso


Acabo de assistir “Muito Além do Peso”, um filme CHOCANTE sobre obesidade infantil no Brasil. Você pode baixar de graça no site abaixo e assistir. Todos os pais, mães e educadores deveriam assistir o filme. Achei interessante que o filme não se prende a locais óbvios com São Paulo, Rio de Janeiro ou Brasília. O filme mostra casos de obesidade infantil no interior do Piauí e em Careiro da Várzea, no Amazonas. Algumas coisas que você se da conta vendo o filme: O maior comerciante de brinquedos do mundo vende, na verdade, alimentos: Mc Donalds! Há inúmeros estudos que mostram que há uma relação direta entre números de horas assistindo televisão e obesidade. A televisão atualmente é uma espécie de babá para as crianças. O que acontece é que essa babá não é uma pessoa qualquer. É um vendedor! Clique aqui para baixar.

quinta-feira, 14 de fevereiro de 2013

CARNAVAL EM OURÉM


Depois de uma fase de “escuridão” a população de Ourém voltou a sorrir literalmente, neste Carnaval. Isto porque houve um esforço grande para trazer de volta a alegria e simpatia que caracteriza bem os ouremenses. A programação de Carnaval foi bem elaborada com bandas de marchinhas, blocos, carnaval das crianças e da terceira idade, entre outras. Pode-se facilmente observar que os gestores públicos estavam empenhados, apesar dos limites de inicio de administração. Houve o devido esforço na ornamentação da cidade que teve sua orla toda ornamentada, programação musical  todas as noites envolvendo diferentes ritmos e manifestações carnavalescas, e fundamental para os dias de hoje, em forte esforço em segurança, trazendo as famílias de volta para a festa e muita harmonia entre os ouremense e visitantes. Abaixo algumas fotos da programação. Não deu para acompanhar/fotografar toda a programação – aliás, eu também estava brincando Carnaval.

Domingo - Carna Kuré  

O dia que os homens de vestem de mulher....








 
Terça Feira – desfile de blocos: o Bloco os Folgados
Encerrando o carnaval, o desfile de blocos Os Folgados, Me Beija, e Puraqué. O Bloco campeão do desfile foi o Bloco "Os Folgados" organizado por Reco e Gutão. As fotos abaixo são do desfile do Bloco "Os Folgados".

 A multidão durante o percurso do desfile do bloco os folgados

 A rainha do bloco - Richele
 A cantora Monique puxando o bloco


 Mais uma da rainha do bloco - Richele

Reco recebendo o trofeu de primeiro lugar
Os dois organizadores do bloco, reco e Gutão com o prefeito Junhão
 
Ainda na terça feira – encerrando o Carnaval de Ourém com o show de Marquinho e banda
música de boa qualidade com versatilidade variando entre rock, pop, e claro, música de carnaval.
 



PACTO PELO SEIXO RESPONSÁVEL

 
O Brasil como um país marcado desde sua origem por uma “ocupação para exploração” passou por vários ciclos de exploração de recursos naturais, pautado na alternância entre o ápice econômico e a queda e falência. Foi assim com o pau-brasil, a cana-de-açúcar, o café e outros produtos. Na Amazônia houve e continuam a existir vários ciclos: as drogas do sertão, o ciclo da borracha e, mais recentemente, os minérios e a madeira, entre outros. Estes ciclos, em geral, têm diversas características em comum: são predatórios nas formas e processos de exploração, favorecem o enriquecimento de poucos e deixam poucos benefícios para os locais. Mas será que tem que continuar sendo assim em pleno século XXI?
 



Ourém, como um município pertencente há uma das fronteiras de ocupação mais antiga da Amazônia brasileira, não ficou alheia e experimentou o amargo sabor desse modelo predatório de uso e exploração dos recursos naturais. O município viveu o ciclo de exploração de peles de animais silvestres e, principalmente, da madeira. Este último basicamente liquidou todo o estoque madeireiro do município. Mas agora o buraco é mais embaixo: ultimamente Ourém vem passando pelo que parece ser seu ciclo de exploração mais predatório – o ciclo da exploração de areia e seixo.
Assentada sobre uma das maiores jazidas de seixo do estado e acompanhando o aquecimento da indústria da construção civil no estado, Ourém afunda-se enquanto ajuda a promover o erguimento dos grandes prédios de Belém. E se amanhã, quando o seixo acabar, olharmos para trás e perguntarmos em que o seixo contribuiu para o desenvolvimento do município, qual a resposta que você daria? Como os outros, o ciclo do seixo tem data para terminar, pois os recursos são finitos localmente. Se seguirmos com o modelo atual de exploração, já temos a resposta para a pergunta acima: o seixo serviu apenas para o enriquecimento de poucos, na maioria empresários de fora do município, destruição das riquezas naturais, como as florestais secundarias e fontes d´água e igarapés, provocou o assoreamento do rio Guamá, deixando no seu rastro estradas esburacadas e adolescentes grávidas nas diversas vilas da rota do seixo. Esta será a herança socioambiental da exploração de seixo para Ourém, se um novo modelo de exploração respeitando critérios e a legislação não for implementado no município.
Os métodos de exploração atual são predatórios e arcaicos e não atendem as exigências da legislação vigente para a mitigação e adaptação de impactos ambientais. No geral, as seixeiras operam em situação de ilegalidade e existe pouca, ou nenhuma, governança do estado na fiscalização e regularização de licenças. Tampouco são atendidas as exigências de segurança do trabalho, tanto para os funcionários das seixeiras em si quanto para os motoristas dos caminhões caçamba, que por trabalharem dirigindo por muitas horas diárias provocam vários acidentes fatais na PA 124, por dormirem ao volante em consequência do cansaço e do excesso de trabalho.
A primeira foto abaixo mostra um evento acontecido na semana passada em um das seixeiras ilegais no município. Com as fortes chuvas na região, uma das barragens rompeu-se liberando toda a sujeira acumulada pela lavagem do seixo para um igarapé, do qual dependem mais de 300 famílias da comunidade.
A segunda foto mostra como o igarapé Cafeteua, literalmente dentro da cidade, está sofrendo com os impactos da exploração predatória do seixo e argila, sendo virtualmente “engolido” pela falta de respeito à sua Área de Preservação Permanente (APP), conforme a legislação ambiental determina. Se a exploração de seixo dentro da cidade está assim, não fica difícil imaginar o que está acontecendo nas áreas mais distantes. A terceira foto abaixo mostra o transporte de seixo saindo das estradas vicinais do município a caminho de Belém.
 
Recentes mudanças políticas apontam para um cenário propositivo de enfrentamento desses desafios, buscando conciliar o interesse econômico da indústria do seixo com as crescentes necessidades de preservação e restauração das matas ciliares e fontes d´água. É imprescindível que gestores locais, diferentes instituições de governo do estado e empresários ligados a indústria do seixo estabeleçam um diálogo para promover alternativas com bases sustentáveis para a indústria do seixo no município. É necessário criar e implementar um “pacto pela produção responsável de seixo”.
Este pacto deve construir uma agenda propositiva que conduza ao fortalecimento da indústria através de métodos e processo de exploração limpos, e estabeleça melhores critérios para sua normatização e regularização, e para a mitigação de impactos socioambientais. No contexto deste pacto deve-se estipular um período para a adequação da atividade, com o governo fortalecendo aqueles empresários que valorizem a legalização da atividade, promovendo a exploração responsável do seixo e areia. As que não procurarem se adequar, e quiserem permanecer na ilegalidade, a sociedade local deve denuncia-las aos órgãos competentes de governo.
Iniciado este processo, o governo municipal deve garantir que os impactos sejam mitigados, e que se estabeleçam projetos para restauração de danos já ocorridos, através de iniciativas de recuperação de nascentes e recomposição de Áreas de Preservação Permanente nos igarapés e no Rio Guamá. Empresários locais e a Sociedade Civil Organizada devem ser partes atuantes neste processo. Trazer a atividade de exploração de seixo e areia para a legalidade deve representar uma oportunidade para a promoção do desenvolvimento local, valorizando o papel econômico da indústria do seixo, quem sabe até criando preços diferenciados para os produtos no mercado. Deve, ainda, equacionar os vários impactos ambientais vigentes, bem como originar benefícios econômicos para que a prefeitura municipal possa ter receitas para investir nas ações de mitigação dos impactos sociais da atividade, promovendo melhores condições de saúde, como por exemplo, para os trabalhadores envolvidos na atividade e a comunidade em geral.
A construção deste pacto depende fundamentalmente da disposição dos diversos atores envolvidos nas atividades extrativas para o diálogo, sinalizando uma clara vontade de mudança. Assim, Ourém estará dando passos importantes na construção de um futuro com bases sustentáveis. Em seu recente discurso de posse, o novo prefeito municipal enfatizou por diversas vezes que “os interesses individuais não podem se sobrepor aos interesses da coletividade...”. A construção da agenda por um “pacto pelo seixo responsável” será um bom teste para este compromisso; que deve ser pautado no diálogo em prol de uma Ourém melhor. Estou na torcida!